quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Afinal, onde vamos chegar?

TRABALHO DA FACUL

O governo do Rio Grande do Sul é uma ótima fonte de alimentação para a imprensa. Sim, a cada dia novos fatos surgem e é sempre certo que amanhã, algo sobre a governadora Yeda Crusius virá imprenso no jornal. Os meios de comunicação disponibilizam um grande espaço para o assunto, uma ou duas folhas diariamente e a chamada principal na capa. Mas afinal, as informações, o conteúdo, se encaixam? Alguém que chegou de Marte ontem e abre o jornal hoje, entende o que está acontecendo com a política gaúcha? Acredito que não.
Para começar, a notícia sobre a retirada da ação de improbidade administrativa contra Yeda, veiculada dia 16 de outubro, não é clara. É compreensível que essa ação foi favorável à governadora, porém não se explica o prejuízo causado pelo enriquecimento ilícito para os leigos. Enfim, essa expressão -improbidade administrativa- significa a corrupção administrativa. É bem simples de entender, o agente público usa de dinheiro público para enriquecimento ilícito, comprar bens para seu próprio bem com o dinheiro do Estado, recebe vantagens econômicas, super fatura, e isso gera uma grande lesão aos cofres públicos.
A imprensa apresenta uma conquista da Yeda, publica uma foto dela sorrindo (Zero Hora), e usa legenda com a palavra ‘tranquila’(Correio do Povo). Tranqüila mesmo está a mídia, pois sabe que amanhã essa matéria continua morna. Não tenho dúvidas que o assunto da crise no governo do RS merece realmente destaque. O que falta para imprensa é não apenas informar e se alimentar dessas tristes evidências de corrupção na cúpula do Rio Grande do Sul. A imprensa deve exigir uma velocidade maior quanto à solução dos fatos, deve deixar o leitor a par de tudo que já ocorreu, permitir que ele faça sozinho uma análise de conjuntura, utilizar explicações simples para os leigos, fazer com que ao final de cada matéria aconteça uma reflexão instantânea da realidade dos fatos e o quanto isso nos atinge. Claro, embora não acredite, eu defendo todas as tentativas de imparcialidade dos veículos de comunicação, mas ora bolas, fotos em matérias de política e corrupção deveriam ser proibidas! Elas dizem por si só e a imprensa perde (o que ainda resta de) imparcialidade para a foto.
Bom, mas vamos para o âmbito nacional, revista Istoé, última edição. Duas folhas com uma matéria exclusiva anunciando mais denúncias contra a governadora. Matéria bem escrita, provas concretas e uma foto aparecendo José Germano e Yeda (os dois são os principais personagens da matéria). Os jornais do RS deram pouca importância às denuncias da revista, mas no dia 21, ao aparecer uma manifestante com a revista na mão, Zero Hora se pronunciou com a seguinte legenda: Acusação: Stela Farias mostra reportagem. Ao lado um texto falando que Yeda vive uma noite especial na Serra.
A imprensa tem o dever de informar as pessoas sobre as barbáries que acontecem com o dinheiro público e mais ainda, gerar com as informações uma conscientização. Devemos nos manifestar, nos informar e agir. E a sociedade limpa só funciona com a imprensa. O problema é que a imprensa não está funcionando corretamente quanto ao caso da Yeda.
É governadora a sua situação é critica, mas crítica e mais clara mesmo deveria ser a imprensa.

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