sexta-feira, 13 de maio de 2011

Acreditava sempre e insistentemente no amor. O mundo com toda a modernidade batendo na porta e ela acreditando no amor.
O amor?
Aquele namorado do tempo do colégio. Que a monotonia, as festas de faculdade e as viagens venceu.
Ele se gabava que era ateu, ela duvidava dessa rebeldia. Dessa, das outras não.
As coisas do outro mundo existem, repetia ela.
Ele era sensível e amável, sempre tinha no bolso um conselho, uma mão quente ou uma boa gargalhada.
Não era santo, era leal.
Ele era poeta e meio mágico também. Ela era encantada por ele.
Tudo evaporou.
Ela esperava pela cerveja, pela porta, pelo telefone, pela resposta que não vinha. Ela era cheia de paciência, até sua paciência encher o saco.
O saco dele.
E aí ela tomou um pé na bunda.
Ele virou evangélico e pratica diariamente os cultos com sua nova namorada feia que o convenceu a entregar seu coração e os poucos trocados que restam à Igreja Universal do Reino de Deus.
Ela sempre soube que ele não era ateu.
E segue acreditando no amor.

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