segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Receita de Ano Novo

Receita de Ano Novo de Carlos Drummond de Andrade.



(Não estamos nem em dezembro e eu postando a receita do ano novo. enloqueceu de vez? não! a razão desse post é  porque ano novo é a gente que faz, quando a gente quiser, no dia que for.. Mas tudo PRINCIPALMENTE porque hoje é aniversário do Carlos Drummond de Andrade, que  nasceu no dia 31 de outubro de 1902. segue a Receita de Ano Novo do Drummond!)



Para você ganhar um belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido); para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?). Não precisa fazer listas de boas intenções para arquivá-las nas gavetas. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

E quem quiser prestigiar é só chegar...



Banda Tri! Banda gaúcha, faz parte do time das que ainda vamos ouvir muito.
Eu aposto que sim. Pode vir conhecer.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Walk!



I'm learning to walk again
I believe i've waited long enough
i'm learning to talk again
Can't you see
I've waited long enough?

terça-feira, 25 de outubro de 2011

História curta de amor

Foi em uma noite quente que tudo aconteceu. A história mais louca que já ouvi falar sobre amor. Amores que não dão certo têm disso, né? Amores em geral têm disso, de histórias malucas. Nessa noite quente estava marcado um churrasco na casa de uns amigos. O namorado da Carol foi de bicicleta. Ela foi com as amigas de carro. Levou na bolsa uma garrafa de vodka. Uma bela garrafa de vodka, dizia Carol durante o churrasco. Aí que correu tudo muito bem. Muito bem daquele jeito: música boa, cantorias, piadas, flertes e conversas. Mas a vodka da Carol tinha acabado. A vodka para ela era o personagem principal daquele churrasco, não o namorado. O Caio, aquele que falei no início do texto.
Carol é linda, tem cabelos ruivos e um olhar tímido. Namorava Caio há anos. Desde os 17, tinha agora 24. Mas estava decididamente incomodada com tantas idas e vindas desse caso com o Caio. Carol estava naquela fase que qualquer outra coisa chamava mais atenção que o chato do namorado, que ela amava. Sim, ela amava Caio. Tinha certeza. Mas a vodka...
Aí que a vodka da Carol acabou, e o namorado estava com seus papos chatos com os amigos, então ela resolveu ir embora. Sem avisar ninguém. Nem comigo ela comentou que ia embora. Carol estava naquela fase de ir embora à francesa dos lugares.
Chamou o táxi e vazou do churrasco.
Carol mora sozinha em um apartamento num bairro residencial de Porto Alegre, chegou em casa e depois de uma garrafa de vodka, qualquer pessoa dorme legal rapidinho.
Depois de duas horas, o celular da Carol tocou enlouquecidamente. Ela não ouviu.
Acordou às dez da manhã do outro dia, com vinte chamadas não atendidas do Caio e cinco mensagens que ninguém gostaria de receber de um namorado. Ligou para ele e ninguém atendeu. Tinha alguma coisa estranha no ar.
Cinco minutos depois o celular dela tocou. Era o Caio e ela ficou sabendo da loucura do amor. Sabem o que  Caio fez?

Saiu do churrasco às seis da manhã em direção ao prédio da Carol e prendeu com CADEADO a bicicleta no portão principal de entrada do edifício. Fazendo assim, com que ninguém pudesse sair e nem entrar do prédio. A porta, feita de ferro com grades, simplesmente não abria. Estava completamente presa ao cadeado com a bicicleta no meio do caminho!

Porque na sua mongolice infantil Caio cismou que a Carol tinha ido para alguma festa depois do churrasco e aí o plano dele era ferrar a vida dela. Porque Carol morando sozinha, não ia conseguir entrar em casa. E não conseguindo entrar em casa, ficaria na rua, encontraria e reconheceria a bicicleta, ligaria para ele, pediria desculpas e diria: vem me salvar meu herói! Deu tudo errado. Para o Caio, óbvio.
Dez e meia da manhã ele foi consertar a idiotice que fez. Carol desceu só pra olhar a situação, que no fundo se não fosse patética seria engraçada. Ria por dentro e pensava: mas que babaca! Caio levou o maior esporro do síndico do prédio, que já tinha ligado pra Brigada Militar, que chegou atrasada. A bicicleta já tinha sido retirada e não tinha mais ninguém na frente do edifício da Carol.

Carol terminou definitivamente o namoro três dias depois do ocorrido. Antes que as loucuras evoluíssem para um nível perigoso, me contou rindo. Caio foi morar em Santa Catarina com a sua bicicleta, Carol mora no mesmo prédio em Porto Alegre e às vezes sente falta das loucuras do amor.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Esqueça o filtro solar e acredite no conhecimento!

Esqueça o filtro solar e acredite no conhecimento é o primeiro curta-metragem da SUPER e traz 12 conselhos científicos para uma vida mais interessante!




#adorei

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Muito além de Algo pra dizer

Lançar um cd para um artista deve ser como lançar um livro pra um escritor. Deve ser como marcar um gol decisivo e levantar a taça no final de um campeonato para um jogador de futebol. Ou ainda defender e ganhar uma grande causa para um advogado. O que eu estou falando é de realização. Fazer acontecer. A magia que tem essa coisa de colocar em prática aquilo que acreditamos.
-Como assim já começou a entrevista? 
Me perguntou o baixista Pedro Braga quando notou que eu observava e anotava no papel muitas coisas além da nossa conversa. O Igor Manauê, vocalista, estava inquieto do nosso lado. A emoção era grande no camarim do Beco, que ficou pequeno pra galera que aguardava ali o show de lançamento do cd Algo pra dizer, da banda Lepata. 
Léo Braga, guitarrista, e Miguel Sanchez, o baterista, quase não cabiam em si de tantos sentimentos bons. Sim, era a realização de um sonho que estava prestes  a acontecer.  E parecia que todo mundo sentia isso minutos antes do quarteto subir ao palco. A plateia recebeu o show de alegres braços abertos e lotou o Beco em pleno domingo. Uma hora eu fui ao banheiro e escutei uma menina falando no telefone bem alto:
 -Azar a aula amanhã! É a Lepata e eu vou ficar até o fim do show mãããe!




O show  começou com a participação de músicos com instrumentos de sopros, que engrossaram o caldo musical que a Lepata tocava pra galera.


O público era íntimo da banda, cantavam juntos animados, era muito amor.  Foi muito amor o show inteiro.
Igor falou durante o show:  -Parece que vocês estão adivinhando o nosso setlist!
E sim, a galera acertava mesmo, cada pedido era a próxima música. 

O som da banda Lepata, em especial a música Algo pra dizer, pode ser descrito em duas palavras: sensível e intenso. 

Troquei idéias com os guris da banda, sobre tudo o que rolava aquela noite e as expectativas e anseios do futuro da banda. De tudo uma certeza: a semente foi plantada, o pontapé inicial foi dado. Agora é fazer acontecer, e fazendo acontecer a banda disponibilizou o cd para download no site oficial da banda.  Clique aqui, baixe, divulgue e escute muito Lepata. 
Porque vocês ainda vão ouvir muito. Eu aposto que sim. 
,) 


Pra conferir t-o-d-a-s as fotos do show clica aqui,  o    fez várias! E já segue  a  no Twitter tb!




Beijo @dtamer

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Mais por favor

Há quem pense que a vida é complicada, é complexa, é difícil e exige muito de cada um. Há quem pense que a vida é foda! Há quem deseja ainda encontrar o guichê mais próximo, tirar outra ficha e tentar tudo de novo! O questionamento é normal e inteligente. Afinal, vamos combinar que é uma coisa bem complicada essa vida né?

Já parou para pensar que cada pequena decisão reflete uma ação e depois outra, e é assim sucessivamente na vida? Comprar uma bicicleta, ligar pra aquela pessoa, dar conta da caixa de e-mails definitivamente… Desde a hora que o despertador toca pela manhã tomamos a primeira decisão do dia: ativar a função soneca por mais dez minutos ou levantar na hora certa?

Porque tudo faz parte de um mega-processo de decisões. E aí cada um dá o que pode na vida. Já cantava Vinicius de Moraes com toda sua sabedoria: a vida só se dá pra quem se deu. E quem se doa mais, certamente leva as coisas da vida do melhor jeito. E o genial, no fundo ainda acha tudo isso de vida uma de-lí-ci-a!

O filme Feliz Obrigado Mais Por Favor, HappyThankYouMorePlease, apresenta grande parte desses paradoxos absurdos que a vida tem de uma maneira leve e sensível. Onde o protagonista do longa-metragem parece ter sempre um ponto de interrogação na expressão facial. E os outros personagens são tão peculiares, curiosos e cativantes que o filme soa como uma grande ironia.

E talvez tenha sido exatamente esse o objetivo do roteirista, diretor e ator-protagonista Josh Radnor. Mostrar a ironia da vida e sua brevidade humana, sem nenhuma pretensão ou perfeccionismo. Não é a toa que Happythankyoumoreplease venceu o prêmio do público no Festival de Sundance em 2010. De alguma maneira, e em pontos diferentes, as pessoas se identificam com a narrativa sobre seis nova yorkinos que vivem situações de amor, amizade e o processo de se tornarem adultos.

Há quem continue pensando que a vida é uma gincana de muito mau gosto que alguém lá em cima inventou para sacanear com humanos. Mas tal como o filme sugere a melhor escolha ainda é olhar para ela e dizer: Vida: Obrigada, mais por favor!